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CONFORTO TÉRMICO E LUMINOSO
É possível melhorar as condições de conforto com estratégias passivas?
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É muito comum as edificações apresentarem problemas relacionados ao conforto acústico, luminoso, e principalmente, térmico, este último tratado quase que exclusivamente com equipamentos mecânicos e elétricos para ventilar, aquecer e resfriar os edifícios. 

Porém, a importância desse tema, assim como a preocupação em minimizar esse problema com mecanismos naturais de climatização estão cada mais presentes nas discussões e soluções dos projetos e já fazem parte da rotina de grande parte dos arquitetos. 

Projeto Residência Shafer

As estratégias passivas de conforto referem-se as técnicas de projeto que utilizam recursos naturais e a conformação física do edifício para garantir conforto térmico, acústico e luminoso, sem depender de sistemas mecânicos ativos. Estas estratégias são fundamentais para criar ambientes mais sustentáveis e eficientes, buscando a harmonia entre o espaço construído e o ambiente natural, levando em consideração as particularidades da região onde a edificação será inserida. 

A incidência do sol e uma boa ventilação em todos os ambientes geram benefícios que fazem diferença nas nossas vidas. Já está comprovado que o sol proporciona vários benefícios para a nossa saúde, como estímulo à produção de vitamina D, produção de melanina, regulação da produção de melatonina, e a prevenção de várias outras doenças. Além disso, ambientes que recebem generosa quantidade de luz natural despertam em seus usuários a sensação de bem-estar, reduzindo o risco de depressão. Inclusive, já se identificou a existência da chamada depressão sazonal. Ela surge quando as pessoas moram em lugares que ficam escuros ou recebem pouca luz em determinados períodos do dia.

Além do básico que se refere ao estudo da orientação solar da edificação e seus ambientes para maximizar a entrada de luz natural, é necessário dar uma atenção especial para a necessidade de sombreamentos para evitar ofuscamento e ganho excessivo de calor. Isso pode ser auxiliado pelo uso de brise-soleils, varandas, beirais longos, elementos vazados e outras estruturas.

O uso da vegetação na composição do sombreamento também é uma forma eficaz de amenizar o calor interno, esse recurso pode ser adotado não só na nas laterais da construção como também na composição de pátios internos. 

A escolha das cores internas também contribui para garantir melhores condições de conforto luminoso. O uso de cores claras e materiais refletivos pode ajudar a distribuir a luz natural de forma eficiente, enquanto cores e materiais absorventes podem ser usados para evitar reflexos excessivos.

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Projeto Residencial Vitorimo Carmilo

Aliado a incidência solar, nossas casas precisam respirar. É através da ventilação natural que ocorrem as trocas e renovação do ar, portanto as dimensões e posicionamento das aberturas impactam diretamente na qualidade e salubridade dos espaços construídos, além de ajudar a resfriar os ambientes de forma natural e eficaz.

Um recurso muito eficaz é a ventilação cruzada, que ocorre com o posicionamento das aberturas em zonas de pressão opostas, o que favorece fluxo de ar no interior da edificação. No efeito chaminé o ar mais quente e mais denso sobe e o mais frio desce, ambientes com pé-direito duplo podem ser favorecidos com essa troca de ar. Aberturas em pontos altos dos ambientes ou na cobertura podem auxiliar na remoção do calor.

É importante ressaltar que a utilização de materiais com bons índices de isolamento térmico nas paredes, tetos e pisos ajudam a manter a temperatura desejada dentro do edifício, reduzindo a necessidade de resfriamento artificial.

Com relação ao conforto acústico, deve-se conhecer previamente o local onde será executada a obra, fazendo visitas em dias da semana e horários variados para verificar a existência de fontes de ruído. Caso exista, é importante caracterizar a fonte, a frequência e a intensidade, para saber se é viável implementar algum tipo de tratamento. Nesse sentido também é recomendado verificar a legislação municipal de uso e ocupação do solo, que regulamenta as atividades nas diversas regiões da cidade. Isso porque pode ser que no momento da compra do terreno não haja nenhum polo gerador de ruído, mas posteriormente, se estabeleça uma atividade barulhenta em local próximo.

É possível criar barreiras para som. Incorporar elementos no projeto como paredes densas, muros ou vegetação pode ajudar a bloquear o ruído externo. Utilizar materiais isolantes nos pisos, paredes e tetos pode reduzir significativamente a transmissão de som de um espaço para outro. 

Também é possível setorizar os usos do conjunto edificado, posicionando áreas mais ruidosas longe de zonas que requerem quietude e tranquilidade e utilizando layouts que dispersam o som, como jardins internos ou pátios. Essas medidas podem ajudar na redução do ruído.

Estes métodos passivos são essenciais para a arquitetura sustentável, pois minimizam o uso de energia para resfriamento, aquecimento, iluminação e controle acústico, e resultam em maior conforto para seus ocupantes. Ao integrar essas estratégias desde as fases iniciais do projeto, os arquitetos podem criar espaços mais adaptados ao ambiente local e às necessidades humanas, sem que isso represente um elevado investimento na construção.

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